Considerado um dos maiores expoentes do rock alternativo, The Smashing Pumpkins lançou em 2020 seu décimo segundo álbum, batizado “Cyr” e sobre o qual falaremos em outro post. Neste, abordaremos os momentos épicos de uma das maiores bandas de rock de todos os tempos.
Surge o Smashing Pumpkins
O grupo foi criado na cidade de Chicago, Estados Unidos, no ano de 1988, e sua formação original é considerada pela crítica e pela imensa maioria dos fãs como sendo a melhor: Billy Corgan (vocal e guitarra), James Iha (guitarra), D’arcy Wretzky (baixo) e Jimmy Chamberlin (bateria).
Outros bons músicos participaram do time liderado pelo perfeccionista William Patrick “Billy” Corgan, um artista outrora adjetivado apenas de egocêntrico e arrogante, mas que o tempo e sua consistência musical provaram ser criativamente genial e um músico realmente excepcional.
Quais as melhores músicas do Smashing Pumpkins?
Dizer que é muito difícil ou até mesmo quase impossível definir quais são os melhores momentos de um determinado artista ou grupo é apenas chover no molhado; todo mundo que tem bom senso já sabe que cada fã prefere esse ou aquele hit, álbum, solo de guitarra, letra, melodia etc de suas bandas favoritas.
A minha intenção aqui não é dar uma palavra final e definitiva sobre o tema, mas apenas indicar para os fãs, para os que ouviram apenas os hits mais famosos, para quem conhece somente alguns álbuns…momentos bem rock n’ roll e/ou também menos conhecidos, de acordo com o conceito deste blog.
Siamese Dream (Disco de Vinyl)
O segundo álbum do Smashing Pumpkins com Billy Corgan, D’arcy Wretzky, James Iha e Jimmy Chamberlin. Um disco de de vinil indispensável para quem ama rock alternativo.
Dicas para uma playlist irada do Smashing Pumpkins
- “Bullet With Butterfly Wings” merece encabeçar a lista. Single de “Mellon Collie and the Infinite Sadness”, é uma das preferidas dos fãs e até ganhou um prêmio Grammy. Em vez da versão rearranjada e bem mais pesada dos shows mais recentes, é ótimo saborear a formação clássica levando sua obra-prima.
2. A versão de estúdio de “Everlasting Gaze”, do álbum “Machina/The Machines of God”, é a melhor. A curiosidade fica por conta do video no qual aparece a ex-baixista da banda Hole, Melissa Auf der Maur. Na verdade, não foi a canadense que gravou o baixo, mas Billy Corgan ou D’arcy Wretzky, que saiu no meio das gravações.
3. Já a versão de estúdio da cadenciada “Tear”, do álbum “Adore” (1998), tem até uma terrível bateria eletrônica. No entanto, certamente para tentar contrabalançar a ausência do excelente baterista original Jimmy Chamberlin, Billy escalou na turnê o competente baterista Kenny Aronoff e dois bons percussionistas.
Nesta versão, o exímio tecladista Mike Garson, que já trabalhou com David Bowie e outras feras, contribuiu com uma introdução, um solo e um encerramento simplesmente perfeitos. Detalhes que deixaram o som muito mais encorpado e transformaram a canção num dos 16 melhores momentos.
4. A vigorosa música “I’m One” abre o primeiro álbum e é puro rock n’roll. Quando o Smashing Pumkins surgiu como um quarteto e apresentando ao mundo o disco “Gish”(1991), muitos ficaram confusos; alguns disseram que tratava-se de heavy metal, grunge, hard rock, post punk…
Na época tão avesso a rótulos quanto a clichês, Billy explicaria depois que o importante era fazer boa música com liberdade e independência e não ficar limitado ou mesmo preso em qualquer tipo de “caixa” que restringisse a criatividade. O rock agradece. Mais maduro, o vocalista já não se importa em ser rotulado “alternativo”.
5. Originalmente, a iluminada canção “Bring the Light” pertence ao bom álbum “Zeitgeist” (2007), no qual Billy Corgan e Jimmy Chamberlin tocaram simplesmente todos os instrumentos sozinhos, além de terem se encarregado da produção. É uma excelente faixa, indubitavelmente.
Não obstante, a versão ao vivo ficou ainda mais rock n’ roll com os desempenhos de: Corgan (vocal e guitarra), Jeff Schroeder (guitarra), Chamberlin (bateria) — atuais integrantes da banda — acompanhados das bonitas e talentosas Ginger Reyes (baixo) e Lisa Harriton (teclados); esta última já foi indicada ao Oscar e ao Grammy:
6. “Tarantula” é um dos melhores momentos do supracitado e importante “Zeitgeist” e tem outro videoclipe bem legal que contou com a participação dos fãs, como havia acontecido com “Everlasting Gaze”. Contudo, Reyes (baixo e vocal), Harriton (teclados e vocal) e Schroeder (guitarra) deram um upgrade:
7. O marcante disco “Mellon Collie and the Infinite Sadness” (1995) também trouxe distorção, peso, visceralidade, psicodelia e rebeldia com “X.Y.U.”. Abaixo, a formação clássica tocando puro rock and roll: Billy Corgan (vocal e guitarra), James Iha (guitarra), D’arcy Wretzky (baixo) e Jimmy Chamberlin (bateria).
8. Outra joia contida no álbum “Adore” (1998) é “Daphne Descends”. Enquanto a premiada “Bullet With Butterfly Wings” fica melhor com o andamento mais lento do disco do que na versão acelerada ao vivo, “Daphne Descends” melhorou quando ganhou andamento um pouco mais rápido. Confira essa versão na Espanha, em 1998:
9. Olhando rápido pode até parecer o Slipknot, mas é a formação clássica do Smashing Pumkins tocando ao vivo a pesada “Geek USA”. Este vídeo mostra uma versão em 1993 ainda melhor que a original do álbum “Siamese Dream”e, de quebra, apresenta uma trupe de palhaços sinistros para divertir os marmanjos.
10. Um outro petardo que mostra como os quatro integrantes originais já chegaram no rega bofe do rock n’ roll (saudavelmente) com o pé na porta e chutando tudo é “Siva”, a segunda faixa do histórico primeiro álbum do Smashing Pumpkins, um marco na história da música.
Esta versão de 1993 com a formação clássica e apresentada ao vivo já sinalizava que o líder e vocalista da banda se tornaria um símbolo do rock; arrebentando no vocal e na guitarra, Corgan mata a pau e ainda defende a baixista D’arcy, que estava sendo assediada por alguns mal educados.
11. Os brutos também amam, algumas vezes, brutalmente. Como já citamos aqui, “Zeitgeist” foi gravado apenas por Corgan (vocal, guitarra, baixo e teclados) e Chamberlin (bateria e percussão). Mas esse álbum de 2007 traz também uma bela balada que tem até videclipe sci-fi com doses de surrealismo.
No entanto, a versão ao vivo de “That’s the Way (My Love Is)” também ficou ainda melhor e bem mais pesada, principalmente por causa do som das guitarras, do baixo e do teclado, graças ao trio já citado e subestimado por alguns: Jeff Schroeder (guitarra), Ginger Reyes (baixo) e Lisa Harriton (teclados).
12. Aproveitando o ensejo, outra bela balada é “Silvery Sometimes (Ghosts)”, faixa do álbum “Shiny and Oh So Bright, Vol. 1 / LP: No Past. No Future. No Sun” (2018). Confira o clipe com a atual formação: Billy Corgan (vocal, guitarra e baixo), James Iha (guitarra), Jeff Schroeder (guitarra e baixo) e Jimmy Chamberlin (bateria):
13. “Ava Adore” é, sem dúvida, uma das canções mais famosas da banda norte-americana e está presente no álbum já abordado em outro tópico, “Adore” (1998). Esta bizarra música de amor ganhou ainda mais realce ao vivo graças ao tecladista Mike Garson e a uma cozinha com um baterista e dois percussionistas:
14. O álbum “Machina/The Machines of God”(2000) trouxe a ótima faixa “Heavy Metal Machine”, mas a versão do documentário “If All Goes Wrong”ganhou sete minutos a mais e ares de rock progressivo com: Corgan (guitarra e vocal), Schroeder (guitarra), Reyes (baixo), Harriton (teclados) e Chamberlin (bateria).
15. Uma a mais do documentário “If All Goes Wrong”(2008); já que falamos de rock progressivo, aqui está o momento mais prog rock do Smashing Pumkins , no qual os guitarristas nos remetem aos épicos solos de twin guitars de Wishbone Ash, Thin Lizzy, Iron Maiden etc, com mais de meia hora de duração:
16. Para fechar, vamos de “Starla”na excelente versão que também encerra o documentário “If All Goes Wrong”. Billy executou solos de guitarra arrebatadores e muito originais, utilizando distorção e bends que pareciam caminhar para o caos sonoro, mas nos surpreenderam pelo total controle do instrumento demonstrado:
The Smashing Pumpkins: um dos maiores do Alt Rock
Após você conferir os vídeos fica fácil entender por que o Pumkins é um dos maiores nomes do rock alternativo. Corgan e cia impressionam tocando belas baladas focadas para rádios e programas de TV assim como a mais pura pauleira psicodélica e progressiva fora de qualquer padrão. Que outras bandas seriam são capazes disso?
Qual a sua opinião sobre o Smashing Pumpkins?
Caro leitor, se você chegou até aqui é por que deve ter achado o artigo e/ou os vídeos interessantes. Use o espaço para comentar e ajude a divulgar o rock and roll. Abração!