Batizado como Richard Hugh Blackmore, este virtuoso guitarrista britânico nascido em 1945 iniciou o estudo de violão clássico aos 10 anos e, de lá pra cá, criou um estilo único e não parou mais de progredir, surpreender plateias e gerar polêmicas.
Os primeiros passos de Ritchie Blackmore rumo ao sucesso
Segundo o próprio Blackmore, grande parte da sólida formação musical desse genial porém temperamental artista se deve ao respeitável e eclético guitarrista James George Tomkins ou simplesmente Big Jim Sullivan (seu nome artítico), seu professor.
Nos primeiros passos rumo a uma carreira estratosférica, Ritchie Blackmore tocou em bandas como: 2Is Coffe Bar Junior Skiffle Group, The Savages, Heinz & The Wild Boys, The Outlaws e Crusaders de Neil Christian. Abaixo, o grupo instrumental The Outlaws com Ritchie pagando mico e rebolando:
Ele iniciou sua trajetória profissional tocando como músico de apoio e seu primeiro solo gravado foi em 1965 na música “The Train Kept A’Rollin'”quando acompanhava a banda Screaming Lord Sutch & The Savages.
O Deep Purple é um marco na história do rock
O sucesso chegou quando o Deep Purple lançou seu primeiro disco, “Shades of Deep Purple”, em 1968, com a seguinte formação: Ritchie Blackmore (guitarra), Jon Lord (teclados), Ian paice (bateria), Rod Evans (vocal) e Nick Simper (baixo).
Abaixo você confere “Hush”que alcançou os primeiros lugares nas paradas dos EUA durante a década de 60 em regravação com Ian Gillan (vocal) e Roger Glover (baixo):
Com sua mistura de clássico e rock pesado, o Deep Purple seguiu influenciando artistas e produzindo algumas melhores canções da história, como: “Smoke on the Water”, “Child in Time”, “Speed King”, “Fireball” e “Highway Star”, entre outras.
Até que, no início da década de 70, Ian Gillan e Roger Glover deixaram o grupo para tristeza dos fãs. Alguns diriam que eles não aguentaram mais conviver com Blackmore, um gênio indomado do rock. Não duvido nada.
Rock and roll
No entanto Ritchie Blackmore fez o Deep Purple ressurgir com uma formação talvez ainda melhor que a anterior com David Coverale (vocal) e Glen Hughes (baixo e vocal), dois dos melhores vocalistas de hard rock de todos os tempos, além de um dos melhores discos da história do rock, o aclamado “Burn”(1974”.
O Rainbow também marca a história do rock
Ritchie Blackmore seguiu liderando com mão de ferro o Deep Purple até que, em 1975, ele mudou novamente o curso da história da música, deixando os antigos companheiros e criando outra importante banda do hard rock, o Rainbow, apadrinhando o início da trajetória do grande vocalista Ronnie James Dio.
Poucos músicos podem ser considerados insubstituíveis, mas Ritchie Blackmore é, sem nenhuma sombra de dúvida, um desses casos. O fato é que o Deep Purple nunca será o mesmo sem Ritchie, muito embora o falecido guitarrista Tommy Bolin tivesse um estilo bastante similar e tenha sido o que mais perto chegou do grande mestre.
Por sua vez, o Rainbow também teve em suas linhas outros grandes nomes como o já citado Ronnie Dio, Cozy Powell, Roger Glover, Doggie White e Don Airey, entre tantos outros. Contudo, a banda parou em 1983 . Mas a tristeza não durou muito.
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Novamente o Deep Purple ressuscitou em 1984 trazendo em sua formação Blackmore (guitarra), Gillan (vocal), Glover (baixo), Lord (teclados) e Paice (bateria) com o ótimo e subestimado álbum “Perfect Strangers”, parecia um final feliz. Nada disso: o grupo quebraria o maior pau novamente por causa de Blackmore.
Abaixo, o último show do espetacular e intragável Ritchie Blackmore com o Deep Purple, em 1994. Logo após ele seria expulso. Foi assim: o show começou (com “Highway Star”) e nada de Blackmore aparecer; o cara só entrou na metade da música, jogou água no cinegrafista e nos companheiros de banda e ainda tocou o solo quase todo errado, chegando a perder o tom.
Independentemente de sua personalidade arredia, é preciso reconhecer que esse guitarrista e sua Fender Stratocaster construíram grande parte dos alicerces do hard rock e do heavy metal . No entanto, o músico passou a tocar somente música folk e renascentista com sua esposa em sua nova banda, Blackmore’s Night.
Para alegria dos fãs de rock n’roll, Ritchie comandou a reunião do Rainbow em um álbum de estúdio, “Stranger in Us Now” (1995), e em turnês no fim da década de 90, em 2008, em 2009 e em 2016. Em 2017, foram divulgadas as faixas “Land of Hope and Glory”e “I Surrender”.
Em 2019, O Rainbow disponibilizou as seguintes faixas: “Waiting for a Sign“, “The Storm” (cover de sua outra banda Blackmore’s Night e com letra de sua esposa Candice Nihght) e “Black Sheep of the Family” (cover da banda Quatermass), a qual você pode conferir abaixo:
Amado ou odiado porém reverenciado no rock and roll
Reverenciado por outros grandes nomes, como Joe Satriani, Yngwie Malmsteen, Gene Simmons etc, recentemente, Blackmore não teve papas na língua ao detonar a atuação de Joe no Deep Purple: “Som muito limpinho, sem nenhum errinho sequer”.
Por sua vez, Joe Satriani explicou como foi tentar substituir o ídolo: “Eu passei a minha juventude ouvindo Deep Purple (…) por um lado foi a coisa mais fácil do mundo”. Mas por outro, ele mesmo se pressionava muito quando tentava repetir os riffs ao vivo e não conseguia; “eu não entendia”.
Ian Gillan conhece bem a fera: “Existe uma linha muito tênue entre a autoconfiança e a arrogância (…) Ritchie é fantástico, um maravilhoso showman e um habilidoso guitarrista; tivemos muita sorte em te-lo conosco na banda”
Já Doogie White diz que Ritchie é contraditório em todas suas ações, por exemplo, mesclando riffs complicadíssimos e outos bem simples, o que faz dele “um personagem fascinante”.
Steve Vai assume ser fã: “Ritchie foi uma enorme inspiração quando eu era mais jovem (…) ele é um gigante”.
David Coverdale comentou: “Eu considero Blackmore um dos melhores. Pouca gente percebe, mas ele tem uma levada meio funky”.
Para Glenn Hughes: “Ele fez um comentário sobre minha carreira ser tímida e meu estilo ser meio funky. Mas repare no álbum “Stormbringer”, Ritchie é funky”.
Ronnie James Dio considerava Ritchie Blackmore um grande músico e uma péssima pessoa: “Tenho lembranças maravilhosas da minha época no Rainbow. Eu não tenho mágoas a respeito de Ritchie, com ele aprendi coisas boas e coisas más; aprendi o que não devo fazer (a respeito de como tratar fãs e colegas de profissão)”.