O Genesis foi bem mais do que simplesmente a banda de Peter Gabriel e Phil Collins. A evolução do Genesis passou pelo pop rock e teve forte influência da evolução tecnológica com teclados e sintetizadores
Nos post anteriores, descrevemos a traumática saída do vocalista Peter Gabriel, que era a figura central do Genesis, desde sua fundação. A trajetória do grupo entre 1980 e 1997 marca uma fase de transição e inovação para a banda, que, apesar de suas raízes no rock progressivo, passou a incorporar influências significativas do pop rock. Esta fase inclui os álbuns “Duke” (1980), “Abacab” (1981), “Genesis” (1983), “Invisible Touch” (1986), “We Can’t Dance” (1991) e “Calling All Stations” (1997). A formação principal durante este período consistia em Phil Collins (vocal e bateria), Mike Rutherford (baixo e guitarra) e Tony Banks (teclados).

A Transição para o Pop Rock
Duke (1980)
“Duke” representa um ponto de inflexão para o Genesis. O álbum equilibra o rock progressivo clássico da banda com elementos pop mais acessíveis. Faixas como “Turn It On Again” e “Misunderstanding” são exemplos claros dessa nova direção. “Duke” mantém a complexidade musical com faixas mais longas como “Duke’s Travels” e “Duke’s End”, mas também revela uma mudança em direção a composições mais concisas e orientadas para o rádio.
Abacab (1981)
Com “Abacab”, o Genesis fez uma mudança ainda mais significativa em direção ao pop rock. O álbum é caracterizado por sua produção mais limpa e um uso mais destacado de sintetizadores. A faixa-título, “Abacab”, mostra um som mais direto e menos complexo do que os trabalhos anteriores. A escancaradamente comercial “No Reply at All” incorpora uma seção de metais, uma inovação para a banda, e demonstra a disposição de experimentar novos elementos sonoros.
Genesis (1983)
Conhecido como o “álbum homônimo”, “Genesis” continua a tendência pop com sucessos como “Mama” e “That’s All”. Este álbum destaca-se pela utilização intensiva de novos sintetizadores e tecnologias de gravação. A produção é polida e as composições são acessíveis, sem abandonar completamente a profundidade lírica e musical, como na ótima “Home By the Sea”.
Invisible Touch (1986)
O controverso “Invisible Touch” é frequentemente considerado o auge comercial do Genesis. Este álbum gerou vários hits, incluindo a faixa-título, “Land of Confusion” e “Tonight, Tonight, Tonight”. A música “Invisible Touch” tornou-se um dos maiores sucessos da banda, refletindo completamente a sua transformação em ícones do pop rock dos anos 80. O uso de sintetizadores e baterias eletrônicas, como a Roland TR-808, caracteriza o som contemporâneo da época.
We Can’t Dance (1991)
“We Can’t Dance” combina a acessibilidade do pop rock com alguns elementos do rock progressivo clássico. Faixas como “No Son of Mine” e “Jesus He Knows Me” mantêm a estrutura pop, enquanto “Driving the Last Spike” e “Fading Lights” exibem a capacidade do Genesis de criar composições épicas. O uso de novas tecnologias continua, com teclados mais modernos e samplers enriquecendo a textura sonora.
Calling All Stations (1997)
Phil Collins acabou se tornando um dos mais populares cantores do mundo e passou a vender milhões de discos. Em sua jornada solo, emplacou alguns dos maiores sucessos da história da música popular, como: “In the Air Tonight”, “I Cannot Believe It’s True”, “Calling All Stations”, “”Don’t Lose My Number”, “Another Day in Paradise” e “I Wish It Would Rain Down” (com participação de Eric Clapton). Ele também gravou dois álbuns tocando bateria com Robert Plant (“Pictures at Eleven” e “The Principle of Moments”) e Clapton (“Behind the Sun” e “August”), também fazendo a produção dos dois últimos. Phil Collins passar a se dedicar muito mais à sua carreira solo e, pouco depois, saiu de vez da banda.
O álbum “Calling All Stations” marca a única participação do vocalista Ray Wilson após a saída de Phil. Embora menos bem-sucedido comercialmente, o álbum tenta retornar a uma abordagem mais sombria e séria, misturando influências do rock alternativo com o som característico do Genesis. A tecnologia de gravação avançou significativamente, permitindo uma produção sonora mais rica e detalhada. Para as baquetas, Mike Rutherford e Tony Banks recrutaram Nick D’Virgilio, baterista americano da banda de prog rock Spock’s Beard, e o músico israelense Nir Z. Os destaques ficam por conta das faixas: “Congo”, “There Must Be Some Other Way” e “Not About Us”.
Menos piano e menos Hammond
Comparado ao álbum de estreia “From Genesis to Revelation” (1969), que tinha uma forte influência folk com uso proeminente de piano e órgão Hammond, os álbuns de 1980 a 1997 mostram uma transição significativa. Tony Banks passou a utilizar mais sintetizadores digitais e menos os instrumentos tradicionais. Isso refletiu a evolução da tecnologia musical e a adaptação da banda às tendências sonoras contemporâneas.

Evolução tecnológica dos teclados e sintetizadores
Durante este período, Tony Banks explorou uma variedade de novos teclados e sintetizadores que transformaram o som da banda:
- Polymoog: Utilizado no final dos anos 70 e início dos 80, este sintetizador foi um dos primeiros a oferecer polifonia total, permitindo tocar várias notas ao mesmo tempo.
- Roland Jupiter-8: Introduzido em 1981, o Jupiter-8 se tornou um dos principais sintetizadores de Banks, oferecendo uma ampla gama de sons e capacidade de programação.
- Yamaha DX7: Lançado em 1983, o DX7 foi um marco na síntese digital FM, permitindo sons mais cristalinos e complexos que se tornaram emblemáticos dos anos 80.
- Korg M1: Aparecendo no final dos anos 80, o M1 era famoso por seus sons de piano digital e cordas, além de ser um dos primeiros a integrar um sequenciador digital.
- Ensoniq VFX: Este sintetizador foi usado extensivamente durante a gravação de “We Can’t Dance”, oferecendo sons inovadores e capacidade de amostragem.

A fase pop de 1980 a 1997
O período de 1980 a 1997 representou uma época de inovação e adaptação para o Genesis. A banda conseguiu manter sua relevância ao adotar novas tecnologias e influências musicais, mesclando rock progressivo e pop rock sem contudo perder sua identidade. A evolução dos teclados e sintetizadores desempenhou um papel crucial nessa transformação, permitindo que o Genesis criasse sons novos e interessantes, permanecendo à frente de seu tempo e influenciando uma pá de gente

Genesis: a banda de Peter Gabriel e Phil Collins ?
Como vimos, o Genesis foi mais do que simplesmente a banda de dois dos melhores e mais bem sucedidos vocalistas da história da música. Embora o único álbum que não tenha contado nem com Gabriel e nem com Collins (“Calling All Stations”) seja considerado o menos interessante da banda (ao menos para a maioria dos fãs), o Genesis provou ser um grupo que transcende individualidades, deixando um legado nada menos que insuperável.
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