Mais de quatro décadas após o lançamento de seu primeiro álbum, a banda The Police continua sendo influente e um marco na história do rock
Os anos 80 foram uma era dourada no mundo do rock, uma época em que grandes nomes como Queen, Rush, Dire Straits, The Clash, The Smiths e The Cure estavam no auge e disputavam as manchetes e as paradas de sucesso. Contudo, uma banda em particular transcendia as tendências da época com uma música que ressoou profundamente com audiências em todo o mundo — The Police. Sua ascensão a ícone da new wave foi um reflexo de sua inovação artística, sucesso comercial e impacto na pop music.
No final da década de 70, o The Police começou como um power trio composto pelo vocalista e baixista britânico Sting, o guitarrista francês Henry Padovani e o baterista norte-americano Stewart Copeland, gravando a clássica canção “Fall Out”. Pouco tempo depois, outro britânico e ex-integrante da banda The Animals, Andy Summers, impressionou muito Copeland e Sting e pulou para dentro do barco, logo substituindo Padovani, para tristeza deste e alegria dos amantes do bom e velho rock ‘n’ roll. O trio abraçou o espírito do punk rock, enriquecendo-o com mais doses reggae e ritmos africanos.
O icônico primeiro álbum da banda, “Outlandos d’Amour” (1978), foi produzido pelo trio e sinalizou a chegada de um furacão musical ousado com uma bateria avassaladora, como na primeira faixa, “Next to You”, que iniciava uma série de gravações bem-sucedidas, que disputaram paradas e ganharam elogios da crítica. De fato, singles como “Roxanne” e “Can’t Stand Losing You” tentavam transformar em rock a essência de uma geração que continuava rebelde e abraçava grande medida a estética punk, mas que no fundo da alma era sensível e lutava contra a solidão.
Com “Reggatta de Blanc” (1979), produzido por Nigel Gray, o The Police solidificou sua posição no top ten do rock, com composições originais de alto nível e o mesmo som cru do primeiro álbum. Sting exibiu muita técnica no baixo, como em “Walking on the Moon”, Andy tocou alguns dos melhores riffs da história do rock, como em “Message in a Bottle”, enquanto Stewart destruiu em literalmente todas as faixas (“The Bed´s Too Big Without You”, “Reggatta de Blanc”, “No Time this Time” etc), dando aula de como tocar bateria e mostrando para todos que já merecia um lugar no panteão dos maiores músicos da história.
Novamente produzido por Nigel Gray, o terceiro álbum é um clássico e não seria exagero dizer que o distanciamento do punk levou Sting a ombrear com os maiores pop stars do planeta. “Zenyatta Mondatta”, lançado em 1980, surpreendeu pela ótima qualidade e pelo preciosismo. Gray fez um primoroso trabalho, apesar da reclamação de Sting quanto ao resultado. Summers brilhou com efeitos inventivos e ganhou um Grammy com a instrumental “Behind My Camel”, enquanto Copeland continuou chocando o mundo da música, misturando precisão sua reconhecida técnica do rock com reggae e afrobeat. A obra alçou a paradas com hits chicletes (“De Do Do Do, De Da Da Da” etc) e obras de arte (“Don’t Stand So Close to Me” etc).
Por sua vez, “Ghost in the Machine” (1981) trouxe mais inovação e o tarimbado produtor Hugh Padgham, resultando outra vez numa produção mais elaborada que incluiu até naipe de metais e canções cheias de energia, mas cada vez mais distantes do punk rock. As excelentes “Spirits In the Material World” e “Every Little Thing She Does Is Magic” foram gravadas em pouquíssimos takes e tornaram-se sucesso nas rádios de todo o planeta. O sucesso estrondoso fez o trio rodar o mundo numa turnê paga pelo próprio bolso, durante a qual aterrizaram no Maracanazinho, no Rio de Janeiro, onde fizeram um dos melhores shows da história do local. Sei disso porque eu estava lá.
O também inovador “Synchronicity” (1983) é considerado até hoje a obra prima do The Police e foi um dos mais bem sucedidos álbum da história da música. A balada sombria “Every Breath You Take” levou a banda para o topo de quase todas as paradas musicais e o Grammy de Melhor Performance de Rock. Este álbum com um toque de rock progressivo foi produzido por Hugh Padgham e tornou o The Police definitivamente um dos maiores nomes da música em todos os tempos.
A turnê “Synchronicity”
Por tudo isso, a turnê mundial “Synchronicity” trouxe os músicos em grande forma, setlists repletos de hits e alcançou rara unanimidade — daí que muitos consideram que o The Police superava em influência outras bandas reconhecidas pela crítica especializada e se tornava provavelmente a mais icônica dos anos 80.
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Apesar do sucesso avassalador (ou talvez por causa dele), o The Police se desfez em 1986. A separação, no entanto, não diminuiu a influência da banda. O trio deixou eternizado seu ótimo repertório, com um som que influenciou um caminhão de gente. Mesmo hoje, os álbuns do The Police causam impacto por sua sonoridade simultaneamente acessível e complexa, capturando tanto o ouvinte casual quanto o crítico exigente. A música desses grandes músicos provou ser atemporal, com faixas que ainda tocam com frequência nas rádios e continuam a servir de inspiração.
O retorno morno em 2007
Em 2007, após mais de duas décadas separados, os músicos de forte personalidade focaram em uma turnê de reunião. Para surpresa de ninguém, esta turnê foi um gigantesco sucesso comercial. Muito embora, o agora vegetariano vocalista e baixista Sting já não mais tocasse com a volúpia de antes e tivesse abandonado a utilização da paleta para adotar um estilo bem mais inclinado para o jazz (o que afetou muito negativamente a banda), os estádios lotados e a resposta entusiástica dos fãs reafirmaram o status do The Police como talvez a maior das bandas dos anos 80.
A banda The Police e a década de 80
Muito embora a o período entre 1980 e 1990 tenha nos brindado com a ascensão grandes nomes já citados aqui e ainda ter sido marcada pelo retorno de algumas das maiores bandas de todos os tempos, como o Deep Purple e o Yes, é difícil, ao olhar para trás, encontrar uma banda que tenha definido uma década tão claramente quanto The Police, com uma discografia que inclui cinco excelentes álbuns de estúdio e vários prêmios Grammy, que se simbolizam talento e inovação musical.
Ao refletir sobre o impacto do The Police, não se pode negar que seus integrantes foram pioneiros que transcenderam as barreiras do rock. Sua abordagem eclética e experimento com vários estilos criou um som que era (e continua sendo) imediatamente reconhecível. Quase quatro décadas após seu auge, o The Police continua sendo relevante, um lembrete do poder da música em transcender o passar do tempo.
Espero que tenham gostado deste artigo, que é o primeiro de uma série sobre este que é um dos meus grupos favoritos.
Muito rock n’roll! Um abraço!